Engenharia de Alimentos e Trilha Rupestre incentivam a segurança, a qualidade e a bioeconomia nos municípios de Corguinho-MS e Rio Negro-MS

Postado por: Lia Gasques

A extensão universitária desempenha um papel crucial no cenário acadêmico, promovendo a conexão entre a instituição e a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento social, cultural e econômico. Ao envolver estudantes, professores e comunidades, a extensão cria oportunidades de aprendizado prático, troca de experiências e impacto positivo para a sustentabilidade.

Neste início de 2024, a disciplina concentrada de verão “Extensão em Engenharia de Alimentos”, proporcionou aos acadêmicos de Engenharia de Alimentos da UFMS visitas às comunidades do interior do Estado para promover o desenvolvimento de novos produtos ligados ao Eixo Alimentos do Programa Institucional Trilha Rupestre.

Figura 1. Acadêmicos de Engenharia de Alimentos/UFMS.

Vários municípios integram a Trilha Rupestre, a qual fomenta a economia local para o desenvolvimento sustentável através da Bioeconomia, em diferentes eixos temáticos.  Os municípios de Corguinho e de Rio Negro, possuem paisagens que intercalam rios e montanhas, no contexto arqueológico na região verifica-se sítios arqueológicos com pinturas rupestres que aparecem em grutas e abrigos sob-rocha. Alguns sítios registrados e estudados no município de Rio Negro, foram localizados em 1996 por pesquisadores da UFMS com inscrições rupestres, representando animais e sinais abstratos, além de vestígios de cultura material tais como fragmentos de recipientes de cerâmica, artefatos de pedra lascada, machados de pedra polida. Rio Negro possui três sítios associados à cavernas que estão cadastrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão vinculado ao Ministério da Cultura responsável pela gestão do patrimônio arqueológico, sua proteção e preservação.

O eixo Alimentos, um dos  sete eixos da Trilha Rupestre (Alimentos, Arte-cerâmico, Botânico, Químico-Farmacêutico, Geopaleontológico, Arqueológico e Turismo) está vinculado a esta disciplina que desenvolveu conteúdos a partir do conhecimento adquirido pelos acadêmicos no decorrer do curso, com enfoque na segurança e qualidade na produção de alimentos, na elaboração com frutos nativos para incentivar sua produção e atender às demandas de comunidades rurais.

A primeira ação foi realizada no dia 15 de fevereiro, na Associação da Comunidade Quilombola Furnas da Boa Sorte, localizada no município de Corguinho, onde residem cerca de 45 famílias agricultoras. Os alunos puderam conhecer a comunidade com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Meio Ambiente. Silvana, da pasta da Agricultura familiar, relatou as demandas e considerou o enfoque no escoamento da produção de alimentos como Farinha, Mandioca, Tortas, Doces e Rapaduras da comunidade. 

Foi então realizada uma roda de conversa com troca de vivências e realidades, disseminação de conteúdos de Boas Práticas de Fabricação, valorização dos frutos nativos e a degustação de alimentos elaborados com frutos nativos fabricados pelos acadêmicos, que puderam ainda desfrutar de um almoço feito pelas mulheres da comunidade.

Figura 2. Acadêmicos fabricando produtos com frutos nativos na Unidade de Tecnologia de Alimentos/UFMS.

Figura 3. Acadêmicos trocando experiências na Associação Quilombola Furnas da Boa Sorte, Corguinho/MS.

Figura 4. Encontro na Associação da Comunidade Quilombola Furnas da Boa Sorte

No dia 23 de fevereiro, foi realizada um encontro no Sindicato Rural do município de Rio Negro, onde o Médico Veterinário Rafael Rezende A. S. Ramos, fiscal do Serviço de Inspeção Municipal de produtos de origem animal, em conjunto com a equipe de alunos e professores do Curso de Engenharia de alimentos da UFMS, e com apoio do Programa Trilha Rupestre que é financiado pela FUNDECT, abordaram temas sobre a formalização de estabelecimentos elaboradores de produtos de origem animal, bem como seus respectivos produtos, além de oferecer orientações sobre a estruturação dos programas de autocontrole, análises laboratoriais e regulamentos técnicos de identidade e qualidade dos produtos. Estiveram presentes pequenos produtores de queijo, doce de leite, linguiça, carne de sol (alguns já  possuem SIM/Cointa), além de outras pessoas interessadas em cadeias produtivas da sociobiodiversidade.

Figura 5. Acadêmicos apresentando sobre Boas Práticas de Fabricação no Sindicato Rural de Rio Negro/MS.

“A união entre a Prefeitura Municipal de Rio Negro, através do Serviço de Inspeção Municipal e de instituições como a UFMS, traz para a região a possibilidade de oferecer conhecimento a população, especialmente aos elaboradores de produtos de origem animal, oferecendo assim saúde pública através do consumo de alimentos inócuos e fomentando a economia local”, relatou o Médico Veterinário Rafael Rezende.

Por fim ocorreu a degustação de produtos elaborados com frutos nativos visando fomentar a bioeconomia, sustentada na biodiversidade local com troca de vivências e aprendizados entre todos os presentes.

Figura 6. Encontro com produtores do Sindicato Rural de Rio Negro, acadêmicos da Engenharia de Alimentos da UFMS promovendo produtos para Trilha Rupestre.

Desta forma, temos muitos agradecimentos aos envolvidos nas atividades realizadas e aos que viabilizaram estes encontros de extensão, tão produtivos e inspiradores. É grande o potencial de desenvolvimento de produtos diferenciados, com qualidade e segurança, saudáveis e sustentáveis,  e que valorizem a Agricultura Familiar do Estado de Mato Grosso do Sul.

A partilha de conhecimento e vivências são fundamentais para a construção de um ambiente mais integrador e transformador.” (Autora) 

Autora: Karen Salles Porto

Compartilhe:
Veja também